Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luís Borges

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sexta-feira, 2 de julho de 2010
















Já passaram dois anos desde que escrevi este texto:

In Memoriam
No 30º aniversário da tua morte:
Recordo com saudade os cheiros da "casa de fadas",
Os bolos no forno, o pudim "Boca-Doce" que eu odiava,
Revejo o teu andar calmo e a tua voz firme a embalar o meu sono,
Já foi há tanto tempo que por vezes creio ter sonhado.
O onírico confunde os meus sentidos...
Sabes que eu já sou muito crescida tia?
Os oitos anos cristalizaram os meus sentidos,
Porém o meu corpo magro e desajeitado cresceu,
A menina assustada que tudo temia...
Agora já só tem medo de ter medo, envelheceu...
Lembras-te dos meus sapatos vermelhos e dos meus vestidos?
Sinto uma saudade infinita...
Os contornos do teu rosto morreram-me também!
Fiquei tão triste! Foi como se te perdesse duas vezes...
Já não me recordo de ti sempre: memórias invisuais!
Porém sinto o teu sorriso a abraçar o vazio dos meus dias,
E a tua mão ancestral a amparar os sustos e a desenhar alegrias...
(Não creio ser gratuito o facto de teres nascido a 13 de Maio e teres partido a 15 de Agosto, tia! A tua sobrinha-neta é ateia, laica, agnóstica e sei lá mais o quê anti-credos...porém sempre soube que tu eras uma grande SENHORA... Reparaste que já passaram 30 anos?! Até...) 

Um beijo da tua Nita

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