Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luís Borges

O Clube de Leitura dá as boas vindas a todos os leitores que queiram partilhar essa experiência única que é ler. Se tens alguns textos da tua autoria ou de autores de que gostes em especial, envia-os para eb23ms.clubedeleitura@gmail.com.

sábado, 6 de outubro de 2018

In Memoriam

Passaram 22 anos...


In Memoriam (13/07/1996):

Hoje acordei abraçada à tua morte,
Normalmente, perco-te no branco dos dias,
Enquanto o azul da noite te vela de morte.
Morreste-me...
Buscara-te mais para Sul, sem rumo, sem norte,
Porém, hoje o amanhã já é ontem, já foi morte.
Perdeste-me,

Num tempo sem tempo para nos resgatares.
Morreste-me...

Namaskar Bai...

(Faz hoje precisamente 14 anos que te perdi...morreste-me!)

Sugestão de Leitura:




terça-feira, 13 de julho de 2010

Bonne nuit, bonne nuit tristesse...


Puedo escribir los versos más

tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo : 'La noche

está estrellada,

y tiritan, azules, los astros,

a lo lejos'.

El viento de la noche gira en

el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más

tristes esta noche.
Pablo Neruda


domingo, 4 de julho de 2010


Maio 2009

A memória traz a recordação do tempo em que o destino teve a feliz ideia de nos “cruzar”. Por tantos lugares passei, mas afinal sempre estiveste neste lado terrestre que tanto nos fascina e traz liberdade, tendo como berço no centro da vida.
A tua amizade engrandece-me e dá-me esperança. Tu e eu abraçámo-nos como irmãs e o teu olhar de tranquilidade; vigilante, como um “anjo da guarda minha companhia”, conforta, acalma e faz abrir o embrulho que esconde e protege a alma e Intuis também o turbilhão de sentimentos, que por vezes vagueia neste meu coração de tinta!
Construímos agora um puzzle completo, perfeito sem peças desencontradas, garantia que a vida prossegue. Nele ficam desenhadas as nossas expressões, o teu sorriso límpido, de uma beleza enriquecida da tua juventude; um tempo novo para viver como manda o coração, mais livre e leve, na perfeição. E esta perfeição nunca se vê no nosso espelho; vive nos olhos dos outros e está em tudo o que se ama. Parte da minha é vista por ti!
Tenho a memória exacta das tuas grandes palavras que são uma esperança um fio de coragem e vão escritas a aguarela, que a água suaviza a cor.

Ana Raquel Dâmaso

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cada Lugar teu...aqui no teu Clube de Leitura...





Ateliê de Poesia:


Ode à Filó...


O TEU RETRATO


Deus fez a noite com o teu olhar,

Deus fez as ondas com os teus cabelos;

Com a tua coragem fez castelos

Que pôs, como defesa, à beira-mar.

Com um sorriso teu, fez o luar

(Que é sorriso de noite, ao viandante)

E eu que andava pelo mundo, errante,

Já não ando perdido em alto-mar!

Do céu de Portugal fez a tua alma!

E ao ver-te sempre assim, tão pura e calma,

Da minha Noite, eu fiz a Claridade!

Ó meu anjo de luz e de esperança, Será em ti afinal que descansa

O triste fim da minha mocidade!


António Nobre (1867-1900)



Jun 1, 2007


Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa de se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Baghwan Sree Rajneesh, mais conhecido como Osho, filósofo indiano


Que a tua morte seja prenúncio de vida,

Que o teu desaparecimento precoce seja renascimento,

Que o teu olhar velado nunca seja esquecimento,

Que o teu brilho distante seja parte do firmamento,

Que a tua memória seja sempre de encantamento...

Não mais a tristeza e a dor, Não mais este frio assolador,

Não mais a tua ausência...

Hoje foi a morte da morte...da tua morte...

"Só as crianças não morrem"

O Dia Mundial da Criança passará para todo o sempre a ser o teu dia...tu que te eternizaste...até sempre...


Carpe Diem F...















Já passaram dois anos desde que escrevi este texto:

In Memoriam
No 30º aniversário da tua morte:
Recordo com saudade os cheiros da "casa de fadas",
Os bolos no forno, o pudim "Boca-Doce" que eu odiava,
Revejo o teu andar calmo e a tua voz firme a embalar o meu sono,
Já foi há tanto tempo que por vezes creio ter sonhado.
O onírico confunde os meus sentidos...
Sabes que eu já sou muito crescida tia?
Os oitos anos cristalizaram os meus sentidos,
Porém o meu corpo magro e desajeitado cresceu,
A menina assustada que tudo temia...
Agora já só tem medo de ter medo, envelheceu...
Lembras-te dos meus sapatos vermelhos e dos meus vestidos?
Sinto uma saudade infinita...
Os contornos do teu rosto morreram-me também!
Fiquei tão triste! Foi como se te perdesse duas vezes...
Já não me recordo de ti sempre: memórias invisuais!
Porém sinto o teu sorriso a abraçar o vazio dos meus dias,
E a tua mão ancestral a amparar os sustos e a desenhar alegrias...
(Não creio ser gratuito o facto de teres nascido a 13 de Maio e teres partido a 15 de Agosto, tia! A tua sobrinha-neta é ateia, laica, agnóstica e sei lá mais o quê anti-credos...porém sempre soube que tu eras uma grande SENHORA... Reparaste que já passaram 30 anos?! Até...) 

Um beijo da tua Nita